Histórias de Moradores de Mauá

Esta página em parceria com o Museu da Pessoa é dedicada a compartilhar histórias e depoimentos dos Moradores da cidade.

História da Moradora: Zélia Dias
Local: São Paulo
Publicado em: 14/10/2014


 



Desafios de ser um educador

Sinopse:

Planejar e preparar as atividades para a apresentação no mini-curso do Seminário de Educação de Mauá / 2012 foi um grande desafio que pedagogicamente falando e realizamos de forma prazerosa. A experiência que vou relatar nasceu das reflexões dos encontros de formação continuada promovida pela Secretaria de Educação, oficina realizada as terças-feiras, no segundo semestre de 2012, sob o título: “A utilização dos registros na construção dos conceitos históricos, geográficos e das ciências naturais: Compreendendo o espaço e o meio em que vivemos, brincando com a História, Geografia e Ciências". Os leitores desta história serão conduzidos pelos caminhos da imaginação ao jardim da nossa escola.

História:

Meu nome é Zélia Dias. Sou pedagoga, porém, atuante como ADI (auxiliar de desenvolvimento infantil) há 12 anos em escola municipal de Mauá, São Paulo. Em busca de conhecer para inovar a prática em sala de aula com alunos de zero a três anos e favorecer sua aprendizagem e desenvolvimento, constantemente participo de atividades de formação.

No decorrer de um dos cursos que participei, me propus a organizar a linha do tempo de alguma forma com meus alunos. Findando os encontros de formação fui convidada a participar do mini curso “Jardim de borboletas e as práticas sustentáveis" a ser realizado no Seminário de Educação, juntamente com a professora coordenadora deste minicurso no seminário. Para contemplar a minha participação desenvolvi um projeto para relacionar a linha do tempo e as variações climáticas.

Uma das atividades propostas foi baseada nas visitas que faríamos ao nosso solário a fim de investigar se o terreno e a plantinhas existentes seriam ideais ou não para organizarmos um jardim de borboletas , o qual ainda não é realidade em nossa escola, mas mesmo assim, o nosso matinho (como as crianças dizem) foi palco de assustadoras e encantadas descobertas.

Iniciando as atividades para o minicurso apresentei aos alunos figuras de algumas variações climáticas, dentre elas: dia ensolarado, dia nublado, dia chuvoso, raios e trovoadas, chuva de granizo, furacão, chuva de neve, noite com lua e estrelas e finalmente a figura do termômetro, aparelho utilizado para medir as variações da temperatura. Somente uma criança soube dizer o nome desse aparelho dizendo: “é termômetro prá ver se tá quente”. Durante a observação das figuras as crianças não souberam nomear a figura da chuva de granizo e da chuva de neve e uma explicação poética surgiu quando apresentei a figura do furacão. Um aluninho disse: “é o vento que derruba a nuvem no chão e vira sorvete”. Confesso que fiquei encantada com essa comparação, pois a criança falou com tanta propriedade e de um jeito singular. Após a apresentação das figuras fizemos binóculos (rolinhos do papel higiênico encapados com folha de revista e barbantes) que o menino do“furacão” nomeou como “telescópio que serve para ver a gente”.

Apresentei lupas de tamanhos diferentes e o mesmo menino identificou as lupas dizendo: “é lupa, serve prá procurar tatuzinho no jardim”. Curiosa, indaguei como ele sabia de tudo isso e ele me respondeu: “no Cid... experiência do Cid”. Depois fiquei sabendo entre as parceiras que o “Cid” é um programa infantil da TV Cultura. Com os binóculos e lupas em mãos caminhamos até o nosso jardim e propus às crianças que encontrassem bichinhos que moravam ali. O primeiro que encontramos foi uma lagartinha preta que um dos garotos pisou propositalmente causando um reboliço entre as crianças, a maioria não concordou com seu ato e eu reforcei dizendo “agora a mamãe dela vai ficar sem ela.. a lagartinha não vai chegar em casa”. O garotinho ficou pensativo, mas não se importou com os comentários e sorriu a seguir. Depois as crianças encontraram minhoca, besouro, florzinhas amarelas, florzinhas de “assoprar,” florzinhas “das pros”, terra, matinho, “bolinhas pretas” (cocozinho de lagarta).

Logo mais um grilo “enorme” saltou em direção a uma menina e ela correu desesperadamente em minha direção. Eu também me assustei, pois o inseto que mais me causa medo é justamente grilos, qualquer espécie de grilo. Novamente ele saltou, parecia-me um gigante! Rapidamente peguei a menina no colo e saímos do local e o grilo não foi mais visto, ficamos mais alguns instantes e voltamos para a sala de aula e nos organizamos para o almoço. Quase final de tarde, algo inesperado aconteceu: apareceu um sapo no jardim! Sim, apareceu um sapo no nosso matinho.

Enquanto crianças de outra sala brincavam por lá um sapinho saltitante causou euforia entre essas crianças e professoras e, é claro, que aproveitei esse momento deixando que meus alunos também observassem o bichinho. Foi um corre-corre pra cima do sapinho, as crianças não ficaram com medo (eu fiquei!) e queriam vê-lo bem de pertinho. Fotografei o bicinho e as crianças próximas dele.

O sapo ficou encurralado entre as jardineiras no chão e depois foi induzido cuidadosamente por uma parceira corajosa à deslocar-se para outro lado do jardim. No momento da saída para suas casas as crianças comunicaram seus pais do ocorrido e no intuito de localizar o sapinho algumas delas chamaram o sapinho dizendo assim: “sapinho cadê você???”. A cada experiência, a cada dia que passa me encanto mais e mais com as crianças. Elas são incríveis!!!

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